Grandes festas de réveillon

O que realmente acontece todo ano quando eu decido passar o réveillon na festa de copacabana 

"Por que busca a minha imortalidade, Niazinha?", o vampiro me perguntou. 
"Por que sou ansiosa, e é só quando eu tiver tempo infinito nas minhas mãos que não vou me sentir mal gastando três quartos da minha expectativa de vida humana nas filas para sair da praia no réveillon de Copacabana."
Ele me mordeu.
Os fogos foram lindos.

Feliz Ano Novo, seus lindos! ❤️


Retrospectiva 2014

retrospectiva de 2014 pelo como eu realmente
 

Muitos forninhos caíram em 2014. Tivemos uma série de perdas queridas e dificuldades, é verdade. Mas apesar de tudo, pra mim foi um bom ano. Teve o lançamento do Como eu realmente: vol.1, marco decisivo na vida do site - e na minha. Com ele, tive a oportunidade de eu participar de uma penca de eventos pelo Brasil. Conheci pessoas maravilhosas, tanto leitores quanto autores, e meu universo se expandiu para milhões de novas estrelas (sorry, acabei de assistir a Cosmos). Falando em autores, o que mais comprei esse ano foi material nacional, principalmente quadrinhos, e estou orgulhosíssima do que meus colegas estão produzindo e de como o mercado está crescendo.

Então, como eu já disse, na balança que julga 2014, o lado "foi BOLINDO" ficou mais pesado. Obrigada por me acompanharem até aqui, queridos, e que possamos continuar juntos por muitos outros milênios! 

E o ano de vocês, como foi?


Chuva de rabanadas

 Como eu realmente estou pensando no Natal: rabanadas!

Essa tirinha é diretamente seguida por essa aqui: Manhã de Natal.

Mas falando sério agora. Feliz Natal pra vocês e suas famílias, meus queridos bolinhos. Que aproveitem bem essa época mágica de festa e bom humor com aqueles que vocês amam. ​°ᵕ°


Clima de Natal

 

"(...) 
Lembro-me como se fosse ontem a primeira vez em que vi um cubo de chocolate. Derivados de cacau eram difíceis de encontrar desde que a guerra começara e todos haviam sido confiscados pelo Governo Marrom como munição. Lá na última zona neutra, então, eram especialmente impossíveis, já que qualquer contrabando de frutas cristalizadas ou Hersheys era considerado afronta gravíssima à neutralidade pública, e seu responsável era devidamente presenteado com uma viagem só de ida para a prisão.
Nossa mãe desenrolou o cubinho de chocolate do pano sujo que trouxera escondido no avental. Ela sabia que era proibido, mas também sabia que cacau era um presente de valor incomensurável para qualquer criança. Havia outras formas de fazer crianças normais felizes, é verdade, mas nós não éramos crianças normais. Éramos um bando de órfãs cuja vida fora roubada pela guerra. E para as crianças mais tristes, o justo seria a maior felicidade. Ou pelo menos era nisso que nossa mãe acreditava.
Ela não era nossa mãe de verdade, mas, naquele momento, sentimos como se fosse.
Ralamos com cuidado o quadradinho, dando na pontinha do dedo de cada criança do orfanato uma lasquinha daquela felicidade marrom. Ela derreteu imediatamente na minha língua, mas nunca esqueci o que senti com aquele chocolate. Tinha gosto de um passado ou futuro distante, onde semelhantes não brigavam pela discordância com o recheio do pão alheio.
Tinha gosto de liberdade.
Isso foi há muitos anos. Batalhamos por migalhas e vacilamos para sobreviver por cada um deles. Em algum momento, nossa mãe foi descoberta e levada pelos agentes do governo neutro. Nunca mais a vimos. Seguimos do jeito que pudemos mesmo assim. Agora, a maioria das crianças do orfanato já havia partido para sua própria vida. Ou pior.
E a guerra ainda seguia.
Chequei as flechas com fermento explosivo na minha aljava. Todos nós já havíamos perdido coisas demais com ela. Guardei os lasers antifrutas com mira de açúcar no coldre das minhas coxas. E eu já havia perdido tempo demais sem revidar. Prendi minhas duas katanás gêmeas com lâmina morna derretedora de chocolate cruzadas nas minhas costas.
A guerra dos chocotones e panetones ainda seguia. Mas não por muito tempo.
(...)"

- As Crônicas de Niazinha VI: um conto de Natal. BOLINHOS, Niazinha. Rio de Janeiro, 2014. p. 8-9. Romance não publicado porque não existe.



Zuera


Meu alterego internético adora compartilhar piadas idiotas e zueras engraçadas da blogoesfera brasileira na internet, tudo bem. O problema é quando as pessoas são super normais ao vivo, mas na internet são criaturas asquerosas pregando o ódio alheio, postando piadas com assassinatos e tragédias ou fazendo chacota sobre a aparência de vítimas de assédio. Até hoje fico assustada ao me lembrar da vez em que entrei no perfil do Facebook do autor de alguns comentários extremamente sexistas e nojentos em uma discussão e vi que o cara era garçom do Outback. Garçom do Outback, gente! Um trabalho totalmente normal! Será que ele já tinha me atendido alguma vez?! Será que uma pessoa tão podre por dentro já havia me servido comida sem eu nem desconfiar? Dizem que a internet traz à tona o que há de pior em algumas pessoas. Mas e se isso é o que elas realmente são?

Obs.: houve certa discussão sobre como escrever zuera, mas optei por zuera por ser a forma mais zuera de escrever zuera. O que vocês usam?


Vestidos e escadas


Esse vestido da Niazinha (que desenhei inspirada na imperatriz Sissi) me lembrou aquela lição de história sobre o Tratado de Panos e Vinhos, onde a Inglaterra se comprometia a consumir os vinhos de Portugal e este, por sua vez, consumia os tecidos da Inglaterra. Observando a quantidade de pano nessa roupa da Niazinha, que apesar de ser quase um século e meio mais recente e austríaco ainda reflete o excesso antigo, fiquei com uma impressão bem clara de que, ao assinar esse tratado, Portugal, bom, se ferrou pra caramba. Aí descobri algo interessante. Nos artigos em português, como este e este, e como eu mesma aprendi na escola, é de senso comum que o acordo foi pior para Portugal (além de tecidos serem muito mais essenciais para a população que vinhos, importá-los e não produzi-los foi um desestímulo para a industrialização portuguesa). Já nos artigos em inglês, porém, eles defendem que foi suuuper benéfico, e que foi graças a esse tratado que "Portugal manteve uma posição política forte que se mostrou fundamental para manter a integridade territorial da sua colônia mais importante, o Brasil". Quem está certo?

Isso me faz pensar em todas as outras coisas que nos ensinam nas escolas que podem ser igualmente tendenciosas, talvez até erradas, e eu nunca vou saber.




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Especial de fim de ano: crossover das webcomics brasileiras

Pra fechar com chave de ouro este 2014, o Ano da Zuera™, as webcomics brasileiras mais manjantes dos paranauês se uniram pra trazer mais uma surpresinha pra vocês. E se os personagens dessas webcomics fossem desenhados pelos outros ilustradores? Segurem seus forninhos, que aí vem o resultado:

(Clique na imagem para vê-la maior)
Personagens das webcomics brasileiras no estilo de outros artistas

E aí, vocês conseguiram adivinhar todos os personagens sem olhar a arte original (em cinza)? Se não, segue as webcomics e os autores em questão, em ordem:

Lobo Limão, por Yoshi Itice
Blue e os gatos, por Paulo Kielwagen
Ana e o Sapo, por Ana Luísa Medeiros
Nabunda Nada, por Leonardo Maciel
Objetos Inanimados, por Guilherme Bandeira
Proféticos, por Rafael Marçal
Contratempos Modernos, por Rodrigo Wiedemann Chaves
O Pedreiro, por Digo Freitas 
Gi & Kim, por Marcos Noel
Como eu realmente, por Fernanda Nia
Mentirinhas, por Fábio Coala 
Levados da Breca, por Wesley Samp
Bear, por Bianca Pinheiro
As Aventuras da Bruxinha Mô, por Chairim Arrais

Agradecimentos especiais ao Yoshi Itice, quem deu a ideia dessa lindeza, e ao Leonardo Maciel, que teve o trabalho hercúleo de montar o pôster. E, claro, ao Digo Freitas e ao Rafael Marçal, que se encarregaram de brigar com a galera que se atrasava em mandar. ♥


Preconceito racial

 

 A situação retratada realmente aconteceu recentemente com um amigo escritor meu. Por isso, o convidei para escrever o comentário desta tirinha. Com vocês, Jim Anotsu:

"A gente pensa que as coisas só acontecem nos U.S and A, mas aqui o problema é tão grande ou maior do que lá. É por isso que precisamos ficar atentos ao nosso redor para não sermos injustos e não deixarmos passar quando isso se repetir. Essa situação aconteceu comigo essa semana e acontece todo dia com um monte de gente, uma coisa bem pior do que ser pisoteado por hipopótamos em fila. É como se um bocado do nosso orgulho fosse passado num moedor de carne. Mas não precisa continuar sendo assim. É só a gente cuidar das nossas pequenas ações, porque como já cantava o Public Enemy: é preciso uma nação de milhões para nos deter."


Potinho de ração


Mas vale lembrar que o conceito de "vazio" de Srta. Garrinhas é diferente do meu. Se o potinho ainda tem ração, mas já é possível enxergar o seu fundo entre os grãos, ele é automaticamente considerado vazio. Acho que ela escolheria morrer de fome antes de comer aquelas últimas bolinhas de comida que sobram. Mas eu entendo. Um membro da realeza universal com o sangue tão nobre quanto Srta. Garrinhas nunca aceitaria ingerir qualquer alimento que não se encontre nos mais altos padrões de qualidade, e isso inclui estar fresquinho.


Guarda-chuvas

 

Acho que viajei demais nessa tirinha. Talvez seja melhor eu descartar a minha ideia sobre uma conspiração secreta milenar de casacos de inverno, os agasalliati, que há incontáveis gerações se utiliza de técnicas de lavagem cerebral para convencer nossas mães, enquanto elas dormem, de que é necessário, independente do clima, sempre obrigar seus filhos a levar uma jaquetinha antes de sair de casa.